quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bouazizi e a Tunísia

O desespero é icomensurável
Sem fundo, sufocante, viscoso
Nutrindo uma tirania arraigada
Pelo tempo e pela ambição.
Mas esta fúria, é mordaz
Com o fogo que consome
A apatia em nome de causas
Que nem mesmo conhece
Agora as águas do moinho
São vermelhas de sangue
A voz é de dor e revolta
Mas soa como salvação
Os olhos foram abertos
Pelos messias tecnológicos
A informação mais uma vez
Se mostra indômita e cruel
Para aqueles que escondem
Caprichos debaixo dos corpos
E sob liturgias ordinárias
Para aqueles que apontam
Com anéis de ouro
Para o que não enxergam.
E os sentimentos oprimidos
Tropeçam-se fartos
E se erguem inflamados
Os donos do mundo
Ratificam o desconhecer
Dando respaldo ao cruento
Com alento e com vistas grossas.
O fundamental, graduado,
Veio sem fundamentalismo!
O poder arcáico, vê, atrás de si
Sem escudo, num sorriso amarelo,
A atitude imponderada,
Mas incontestável e genialmente
Histórica

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