domingo, 16 de outubro de 2011

Descobre-se

Nessas horas mais que nossas
Quando minha língua fere a carne
E sem rebordosa, tu descascas
Na autoridade do branco dos olhos
Sonhos antes tão compridos
Se perdem na passagem do gozo

Nos vemos abjetos, por pouco
Tratamos tudo pelos poros
Enquanto as peles se colam
Enquanto os corpos se travam
Nas batalhas silenciosas
De todas nossas injúrias

                 ***


Quando, de assim, não mais guias
Me faço, na recusa de tais beijos
Me interpelando por pútridas vias
E me sugando, todo; o percebovejo

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