sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sobre a Chegada



Ó beleza que se esconde atrás de tantos nãos!

Sabe, às vezes é tão louco que não sei dizer da hora que invade e patenteia tudo: nome, corpo, antro, o entro, o mundo.
A expressão "foda-se" pixada em meus muros. O "enfim..." escorando a minha porta.
Não concluo nada além do toque, não concluo nada além do nós - sinédoque para falar de vida.
Margeei conceitos, esperando, a fim de intitular nossa história. Porém, diviso agora que as melhores não possuem título. São aquelas sem sobreaviso, atavio. Aquelas histórias que vêm, sem roupa, contar, dizer do que é feita e deixar com gosto de mais uma vez.
No soslaio - garantindo-me - quero saber como andam teus pensamentos, como anda o teu sorriso - se amarelo dos cigarros ou da dúvida de teus permeios - onde andam teus pés.
Na tua voz, o cheiro da saudade vem fremir-me desde a menor parte da matéria. É o arrepio de uma certeza que não sabe se certeza é. Mas ela vem, feito vontade de comer, feito fatal.
E no gole de nossa discussão sobre as vãs razões de um futuro, não nego minha sede. Mas dormiria aqui, no bastião do teu olhar, seguro desta noite e do que se fará a aurora.

Nenhum comentário: