segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Clichê, sonho escrito


Dois meninos na rua me pediram a mão, sem dúvida, tinham algo a oferecer, sentavam-se em frente ao bar “raiva de você”, que fica na rua; foda-se sua vida. Aparentavam serem garotos que ostentavam pouca verdade nos olhos, por não serem vítimas do acaso, eram fruto do comum, serviam ao comum, toda aquela paridade , era a cidade conspirando, concretamente, para o grosso esporro de ilusão. Me pediram um Mp3 Player, pois afirmaram, que seus pais estavam utilizando o aparelho que os dera, para ouvir os escritos narrados de Baudelaire. Eu falei, foda-se, nem se fosse uma bala eu daria, vai tomar no cu, eu resmunguei.
Voltei para minha casa, vejo a vizinha vestida com a roupa da última grife italiana, com detalhes de bosta de cachorro, entre figuras de vômito infantil, estampados em seu garboso vestido decotado, ditava a estação do momento, o verão.
Andando pela praia poluída, tendo em vista que o calor de 60 graus suntuosamente resplandecendo no asfalto, presenciei uma cena chocante; pessoas comendo pombos fritos como petiscos, crianças com enormes barrigas de verme por todos os cantos, não largavam seus games por um instante. Seus pais, bebiam apenas reginoff sem gelo, pois não existia cerveja. Saíra em disparada do lugar macabro, meio alucinado, caí em um valão. Acordei.

Um comentário:

Unknown disse...

Malandragem inquieta adverte: essa é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera desgracência.