domingo, 29 de janeiro de 2012

A Lagoa Densa



O menino se jogou na lagoa escura, pardacenta. De pronto viu - se velho. O sentimento de aconchego, calor do momento, pouco a pouco tornando - se em angústia de se achar naquele opaco espelho d`água onde mal e mal se via (quanto antes se percebia). E ainda assim, nesse aguaceiro onde pouco ou nada se adivinha, maior a cada braçada a vontade de descer ao fundo disso tudo. Quanto mais ao fundo, óbvio, menos fôlego. Já sem ar e ensopado de tanto nada, o menino (agora velho ) decide ir embora. Mas pra onde, sem noçào de alto e baixo?O relógio anda só pra frente. Não se cabe outro fim pra essa história além da mais obscura das dúvidas. Não se sabe se vivo ou o que. Se sabe senão que está no lugar errado. Ok... Pois que lagoa e menino apenas se suportam na tensa espessura do invadir que dividem.

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