quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dose


Cantemos, mão direita no peito, o hino da esperança!

A conta-gotas a frustração pinga nos olhos inertes. Imóveis ao terror intangível de ser. Ininteligível ao gosto acre e doce de um mesmo sorver. Pois a boca já não sela nada, nem mesmo os mais tenros beijos de adeus.
Seja no alívio etérico ou em uma recente aquisição - lacônica versão de si em concupiscência - pinga, sempre, a frustração.
Ficar e dizer, sem medo de ser infeliz. Viver tudo o que caiba numa caixinha de fósforos. O sorriso de canto de boca é a centelha dos palitos que restam. Quisera a existência estudar o caso.
Quando no altissonante impacto das novas razões com os muros da própria história, é líquido, para escorrer pelos poros dos planetas que alquebram pelo fulgor tácito. E goteja.
Então, preocupa-se com o colesterol alto, as veias anímicas, o contracheque e com o sorriso da fotografia.
E hoje, envolve o iminente. Pômulos corados, entregue ao rateio, pingado em cada olho, o que nós já sabemos. 

Bola de neve para mim é sorvete!


3 comentários:

Anônimo disse...

...e pinga! mais uma dose, garçom. Mais uma pra lavar, tal como as escadas do Bomfim, esse degraus que sobem mas só me levam ao porão de amarguras. Amarguras que vc regou, e agora crescem e florescem, me fazendo perceber que trepadeiras sao ferozes, mas crescem na direção do sol...

Victor Coelho disse...

Joinha de "curti"!

Uriel Juliatti disse...

Bola de neve é a minha piça!