sábado, 31 de março de 2012

31 de março








Preservo teu nome como quem esconde de si mesmo, com medo de ouvi - lo escorrer de minha boca e perder - se ao sabor do vento. Tanto pior que ouça meu chamado piano, sabendo assim que escondo - ou antes tento - um sentimento que é teu por direito.






Que encerro no peito o nome, poucas letras, não aquele que lhe deu teu pai, mas o nome que te arranhava o ouvido desde a minha garganta, vindo de um imo tão íntimo que julguei preciso dize - lo baixinho, na esperança que talvez não me escutasse o indecente apelo, me deixando livre para partir sem hesitar. Preservo teu nome de alheios ouvidos, das línguas que estalam mas não merecem teu desenho evocar: não lhes pertence ou cabe a tua silhueta.


Eu preservo teu nome tão bem, amante, que por vezes acho que ainda estás aqui, que não me levou - te a noite fria e que de fato basta virar - me e abrir os olhos para de novo vê - la. Pena que não possa estar mais longe da verdade. Assim sigo eu de olhos baixos e c'os pés cansados.






Busco voltar a ti pela velha trilha de migalhas e sinto inútil meu esforço. Não posso senão guardar teu nome besuntado em nosso cheiro, que me traz magicamente tudo aquilo que deixei passar. Me preservo dessa forma pois gozo sozinho minha própria escolha egoísta (novidade das novidades!) e não me resignarei a dividir contigo a felicidade que me ofertaras. Caso contrário, sinto, estaria fazendo pouco desse sentimento que me deste por presente.




Não concordas?

Um comentário:

Mademoiselle dans les nuages disse...

Concordo e digo mais:
- há outras possibilidades!