segunda-feira, 26 de março de 2012

Mais Pesado Que o Céu

 Vou comprar cigarros e já volto.

Abrirdes os olhos, ó primatas degenerados!

Faço do erro minha morada. Já nem posso mais rimar meus escritos. Eu só sei do título, o corpo deixou de me pertencer.
A fragilidade vai se agarrando as bordas de qualquer forma de afeto, alimentando o animal feroz do instante. É o pecado na devoção. O altar vazio por debaixo dos lençóis sujos de solidão.
Ídolos foram derribados por canonizar o néscio e o vil.
O herói morreu em uma guerra que jurou não lutar.
O grito é para a multidão surda, que aos beijos com seus amantes, só enxergam as próprias pálpebras.
As narinas suplicam uma altivez inexistente - cuidado com as estrelas! - a ressaca é também moral.
Eu só sei do que vivi. E pois sim, o que vivi, não vivo mais.
E me encontro onde tudo começou: no fim.
O que rodeia... rodeia... odeia. A imperfeição é estimulada pelo desejo da perfeição.
É como esperar o sinal de alguém para descer de um ônibus e ninguém o fazer. Mas é aqui onde desço.
Esperei, na tarde laranja que remetia tanto a infância - os primeiros sabores das coisas - por esperança. E os óculos escuros eram para não me encontrar aos olhos tíbios.
A caneta é como um cano quente de uma arma e o papel minha cabeça.
O devir é interrompido por trepadas. A teoria da liberdade afugenta os sonhos. E o gosto é só de cinzas e batom.

Nossa,como você engordou!

3 comentários:

Unknown disse...

Rings me all the bells...

Mademoiselle dans les nuages disse...

bonito isso. continue fazendo dessa arma o caminho.

Victor Coelho disse...

Obrigado, Camila!