terça-feira, 2 de outubro de 2012

Meses

'Coração é terra de quem pisa.' Está na boca querendo reforma agrária.

Pareço indômito, vestido pelo tempo. Minha barba configura uma fisionomia quase filosófica, idônea; reprodução de velhos ídolos e suas vidas consumidas na compreensão das mesmas.
Parece que fui visto pelo olho fundo da tempestade e que agora posso remar às cegas sob a opulência cinzenta de um céu que esconde qualquer norte - sinto-me preso as essas intempéries que recentemente varreram a cidade, como se soubessem da necessidade.
Meu corpo tem a vivência da finitude, infinita em ignorância.
Sinto como pedra a tua história, contada na solidão, em meu estômago já habituado com a gastrite. Revira feito remédio em seu efeito. Alcança toda a minha sina como uma dose de veneno. Entorpece-me pelo vício da tua íris, o sistema nervoso é sua orquestra - ressalvo o vício de qualquer teor pejorativo.
Foi de tanto ouvir você bater o telefone enraivecida - não vejo simbologia maior.
Hoje exponhe-se os dentes para esconder o que traz a língua. E a felicidade vai sendo qualquer coisa que caiba nas mãos cheias de moedas - o livre mercado agradece!
A roupa, troco e fica velha, tão quanto beijos de amor. Mas o teu todo é perene, e nostálgico tal qual biscoitos com café.

Aquele solo, de trompete e trombone, no final de 'Vermelho' do Camelo com o passo novo que eu aprendi.

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