segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dedimar, Feliz natal!




Faça o dobro, faça de novo, mais uma vez, vomite, coma o vomito, almoce de novo, jante outra vez, custe, seja custoso, novamente, pule, corra, atingindo o melhor do batimento cardíaco. Chore e grite cinco mil vezes.
Ele é feliz, todos sabem disso; sua mãe, vó e Tia, todos sabem que sim, sorriso encantador... para isso, o garoto realiza tudo que faz em cinco mil vezes sem parar para pensar; o mesmo é orador e engenheiro, faz tudo em alto e bom som, bom volume musical, encorpado, muita energia, redobrada atenção, gesticula, nova atenção, mastigação demorada, retorna, apresentando-se, progredindo mil vezes, não esta bom, sem satisfação, irrequieto, chafurde ia-se em ralos sujos em busca de diversão.
Dona Dedimar, avó do sujeito, chama-o para a ceia, após um ano sem rever o peste envelhecido, carinhosamente, homenageia-o com palavras doces e meigas, de uma senhorinha vovozinha fofinha, dedicada ao lar. Pois é natal, todos estão à mesa, todos querendo refletir, todos querendo ajudar e todos seguindo bons valores.
…Eu sei, tia, é tudo muito repetido, essas coisas são assim, não vejo graça nisso. Vire-se e vire-se várias vezes, sempre com esse vocabulário sem boas nuances, não vejo ligação entre essas palavras.
Todos na rua são assim, é por isso que sou infeliz no natal, não dou valor pra essas vidas, para os nossos sonhos irrealizáveis, essa data não me torna capaz de ser feliz, portanto, obrigado pelas meias e palavras.

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