quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quatro - dois



  Branca, branca, branca. As palavras não são minhas mas divido o torpor verborrágico de poucos sons e a hemorragia do Chico em todo seu estupor. Vivo agora flashes de toda minha vida repartida no espaço nu desse corpo lindamente angulado em meu leito. Não sei o que faço, ou como faze - lo. Sei tão pouco o tanto que me faz bem. Não estou triste, senão confuso. Também pudera...



  Estampado na pele traz - se o signo duma oração velha como a vida e repetida no calor monossilábico de lascivos cultos pagãos rendidos a uma divindade distante. Por muito pouco não tomo parte do que me apetece desse hino, sonho de Brahma. Frequência perene por breve que pareça e seja. Mil anos em um dia e um dia de cada vez, ah! Que assombroso é o amanhã! Bravo Mundo do Amanhã!



 Há grande medo do que não se conhece. Pois só se toca o hoje, que ele agora está aqui. Por hora é tudo. E  basta. Na picardia urdida em teu nome, com o qual brinco (sopa de letrinhas a desenhar teu DNA), repito em surto o curto som de você na minha boca, escorrendo na língua, descendo no peito até de uma vez vibrar teu gozo.


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