quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Transladar Revisitado


  A verdade no vinho é o prazer no álcool que, absoluto, te hidrata as feridas e que o juízo te acalma. Tudo   então é mais bonito, é mais viço e mais claro. Não que de fato seja e nem que a você de fato importe.

Quando o Mundo se aproxima da hora de girar para dentro do próprio umbigo outra vez mais, a sede do espetáculo parece secar te a garganta. Aí o que era tão fácil engolir, por pequeno e tacanho, te coaxa traqueia abaixo, arranhando - te ali onde ninguém pode ver.

*     *    * 


 Não careço de platéia mas aceito o teu aplauso. Teu abraço seco e frio. Teu cinismo puro e crasso.
Dou - te em troca meu quente regaço - tão oco quanto posso - em todo o muco que mereças me sorver extasiado. Pois que chupe, aos canudinhos, q os beiços molhe entorpecido, fácil.

*    *    *

Sei que nada mais se pode esperar, tudo é urgência! E eu aqui parado. Gira a vida, rodopia, as pernas trançam - se e o baile segue tocando. Ninguém ouve o dobrar dos sinos, mas eles lá estão. O pensamento segue embargado e os poetas cantam o sonho mudo da rotina em devassa. 365 dias lhe caem de novo sobre as costas com a velocidade efêmera do gozo. E é bom. O gozo sempre será bom, ainda que doa em pus e sangue. E tudo já começa de novo.


Não existem palavras bonitas ou feias. Lépidas ou fartas, no final, são só palavras 

2 comentários:

Anônimo disse...

Quando o indivíduo olhou para dentro de si percebeu que não havia mais luz.

Unknown disse...

Vai ver esqueceram de pagar a conta...