quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Cada qual em sua mesa, em uma péssima escrita.



                                                   
                                                        "remova seu produto, por favor"
                                              

Essa história de sensível sentimental é conversa fiada, esbravejou Alcides.
Me conta uma história boa, esbravejou Arlindo.
Você tem história, esbravejou Abel.
Só sobre você, esbravejou Beatriz.
Não te dei mole, ressaltou Beatriz.
Abel coloca sua pança rígida para fora dos botões quase quebrados, diz pra escutar a melodia da paródia insana que está por trás das cortinas. Ele situa seus medos nos lugares certos. Abel carrega culpa, entre outras coisas, pela barriga, cerne da bagagem que carrega de bons e maus tempos. Abel está solto quando seus botões estão despregados, obrigar Abel a sentir completude seria impossível, não há congruência. São sensações divergentes, abarcadas em valas sem significância alguma pra ninguém. Abel se cala.
Ver o sol entrar ali me causa asco, quase soletra Beatriz.
Abel resmunga por dentro, inalterada face, assim como jogadores de poker. Não alcanço, não adianta, resmunga Abel.
A pessoa mais interessante do mundo se tornou meu próprio umbigo,

Todos da mesa disseram ao mesmo tempo.

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